quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O amor desapareceu do Código Civil brasileiro

Por Otavio Luiz Rodrigues Junior

O amor desapareceu do Código Civil. Sim, ele esteve presente no extenso período de 1917-2001, quando da vigência da codificação de Beviláqua. O amor, é verdade, havia entrado de maneira discreta, quase imperceptível, no título relativo às várias espécies de contratos. Veja-se: o amor não se aninhou no Direito de Família, muito menos, como seria de se esperar, como um dos deveres conjugais, quais sejam: a fidelidade recíproca; a conservação da vida em comum, no domicílio conjugal; a mútua assistência e o sustento, guarda e educação dos filhos (artigo 231, CCB/1916). Seu correspondente no Código em vigor, o artigo 1.566, mantém os deveres nominados, com acréscimo do “respeito e consideração mútuos”.

O legislador de 1916 não determinou que os cônjuges se amassem ou que amar fosse um dever reciprocamente implicado e exigível entre eles. Agora, devem eles respeitar-se e considerar-se. Respeitar, segundo os dicionários, é ter por outrem um sentimento tal que o leva a tratá-lo com “grande atenção, profunda deferência; consideração, reverência”, como se lê noHouaiss. É estimar, considerar, mas também obedecer, acatar, recear. O respeito, em seus extremos, vai da deferência até o medo. Nesse sentido, a consideração confunde-se com o respeito. O uso das duas palavras é uma simples maneira de pôr ênfase ao comando legal, que já se bastaria em si pela mera invocação ao respeito. 

O Código Beviláqua e o Código Reale insistem em algo que os tempos modernos (rectius, seriam pós-modernos?) consideram anacrônico: os cônjuges devem manter vida em comum, porém, “no domicílio conjugal”. Os casais de nosso tempo, e muitos há que assim vivem, violariam o dever do artigo 1.566 do Código Civil se não tiverem o mesmo domicílio conjugal. A doutrina tem rejeitado essa interpretação restritiva e contemplado as situações excepcionais de pessoas que, por razões ligadas à profissão, necessitam viver em domicílios diversos.[1] No entanto, para além de opções ligadas ao trabalho, é também aceitável que, por conveniência ou por uma forma peculiar de entender a relação matrimonial (ou afim), cada um dos cônjuges tenha seu próprio domicílio. 

Uma vez mais, o amor tratou de fugir deste escrito. Afinal, onde ele se “domiciliava” no Código Civil de 1916? Sim, é o caso de voltar a ele. Bem, o amor estava na gestão de negócios! Como são verdadeiramente insondáveis os desígnios do codificador. A gestão de negócios, na boa linguagem clássica, é a administração oficiosa de interesses alheios. Alguém atua no interesse de outra pessoa, sem mandato, sem representação, sem ordem expressa, apenas com o intuito de protegê-lo ou de conservar os direitos do dominus (como é chamada a pessoa em favor de quem o gestor interfere).

Imagine-se em uma excursão para um país estrangeiro.outras pessoas que contrataram os serviços de uma operadora de turismo. Eis que um dos turistas (que você nem ao menos sabe direito o nome) tem uma síncope em frente à estátua de Rolando, na Cidade Livre e Hanseática de Bremen, na tarde livre da excursão. Você provavelmente vai ampará-lo, procurar ajuda médica, acompanhá-lo ao hospital, assumir diversos gastos e esperar até que alguém da operadora ou da família dele tome à frente dos problemas e libere-o dessa situação. O dominus, ou dono, na linguagem do Código Civil de 2002, deverá ressarci-lo dessas despesas.

A doutrina não considerava a gestão de negócios um contrato, posto que estivesse colocada no título das várias espécies contratuais no Código de 1916. Atualmente, com melhor técnica, a negotiorum gestio está inserida no título dos “atos unilaterais”, especificamente nos arts. 861-875, o que é mais consentâneo com sua natureza, pois não há o prévio acordo de vontades. Caio Mário da Silva Pereira oferece uma perfeita síntese dos pressupostos necessários à gestão de negócios: “1) tratar-se de negócio alheio, pois que, se for próprio, é pura administração; 2) proceder o gestor no interesse do dominus, ou segundo a sua vontade real ou presumida; 3) trazer a intenção de agir proveitosamente para o dono; 4) agir oficiosamente, pois que, se tiver havido uma delegação, é mandato; 5) limitar-se a ação gestor a atos de natureza patrimonial (negócios), uma vez que os de natureza diferente exigem sempre a outorga de poderes”.[2]

Eis que esse trânsfuga, que é o amor, mais uma vez sai de cena discretamente de nosso texto. De fato, ele só é exuberante e chamativo nos gestos dos casais apaixonados ou quando paixão há em excesso. E, não se esqueça, quando também a paixão é excessiva em sua falta, o que se nota nas rumorosas brigas de alguns enamorados, que fazem questão, seja pela mímica, seja pela voz, de danificar o patrimônio comum ou perturbar o sossego dos que estão próximos. Os advogados que atuam na área de Direito de Família bem o sabem: às vezes, as audiências com casais em processo de divórcio são mais pesadas e tristes do que uma equivalente numa vara criminal. Ali estão pessoas que se amaram e que parecem se odiar repentinamente.

Bem, voltemos ao Código. O gestor de negócios deve agir com diligência no trato das coisas do dono. E responderá por eventual prejuízo que lhe causar, desde que comprovada sua culpa (artigo 1.336, CCB/1916; artigo 866, CCB/2002). E se o dano causado ocorrer por um caso fortuito? A resposta encontrava-se no revogado artigo 1.338, a sede material do “amor” no Código de 1916: “O gestor responde pelo caso fortuito, quando fizer operações arriscadas, ainda que o dono costumasse fazê-las, ou quando preterir interesses deste por amor dos seus”. Na linguagem atual, correspondente ao artigo 868, diz-se não mais “por amor dos seus” e sim “ou quando preterir interesse deste em proveito de interesses seus”.

Chega a ser anticlimática essa aparição do amor no velho art. 1.338 do Código Civil revogado. Se olharmos mais de perto, não é o caso de se falar em anticlímax. O gestor obrigar-se-ia ao ressarcimento, mesmo em hipótese típica de irresponsabilidade por caso fortuito, quando preterisse os interesses do dono ao agir “por amor dos seus”. A proteção, o amor, o cuidado, a prevenção e o desvelo de quem ama (um cônjuge, um filho ou um pai) arruinariam o gestor. Explicava essa hipótese um dos grandes clássicos do Direito Civil do século XX, João Manuel de Carvalho Santos: “Não que isso dizer que o gestor não possa abandonar a gestão, para tratar de interesses seus, quando estes estiverem sendo prejudicados, nos termos por nós já expostos, mas isso só será possível se tomar a cautela de avisar o dono do negócio, para que este assuma a direção do mesmo, ou nomeie procurador que o administre e o conclua”.[3]

Mais do que uma explicação técnico-jurídica para a preterição dos interesses de alguém em nome do “amor dos seus”, é de se perceber algumas interessantes nuances dessa opção legislativa, a qual faz recordar outra muito curiosa: a criação de uma pena privada para o ausente que retorna, após a sucessão provisória, e fica comprovado que “a ausência foi voluntária e injustificada”. Nessa circunstância, o Código Civil de 2002, inovador em relação ao Código de 1916, estabeleceu a perda, em favor do sucessor, de “sua parte nos frutos e rendimentos” (parágrafo único do artigo 33). Sobre isso, em outra oportunidade, faremos uma singular aproximação com a parábola bíblica do filho pródigo, que aparentemente foi “revogada” pelo codificador de 2002.

Voltemos às nuances. Bem, o legislador brasileiro, ao menos em normas constitucionais e legais, não é muito sensível a juridicizar o amor. Além do Código de 1916, que só conta em termos históricos, no ordenamento vigente, só conseguimos encontrar o amor no Decreto 3.087, de 21.6.1999, publicado no DOU de 22.6.1999, que “promulga a Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, concluída na Haia, em 29 de maio de 1993”. E ele não está propriamente nos artigos da convenção, mas em um de seus consideranda: “Os Estados signatários da presente Convenção, Reconhecendo que, para o desenvolvimento harmonioso de sua personalidade, a criança deve crescer em meio familiar, em clima de felicidade, de amor e de compreensão;(...) , acordam nas seguintes disposições”. Reconheçamos. O exemplo não é dos melhores: o amor não figura como norma e o diploma, posto que internado por um decreto, é uma convenção internacional. 

Não é o caso de desistir. O amor aparece em um lugar insuspeito (ou jamais suspeitável, como queiram): o Estatuto dos Militares, a Lei 6.880, de 9 de dezembro de 1980, em cujo artigo 27, diz-se que “são manifestações essenciais do valor militar”, além de outras, “o amor à profissão das armas e o entusiasmo com que é exercida”. Outro exemplo polêmico, para se dizer o menos. A referência ao amor não é ao sentimento de alteridade, de “querer estar preso por vontade” ou de “um não querer mais que bem querer”, como definiu Luís Vaz de Camões, em seus célebres sonetos. O amor à profissão das armas, por mais nobre e respeitável que seja, não é o amor ao próximo. Embora, o casamento com a profissão certa seja um dos matrimônios mais estáveis e felizes de que se tem notícia. 

Voltemos à pesquisa. As fontes legislativas esgotaram-se. É o caso de recorrer ao universo das instruções normativas, portarias e atos de igual dignidade. 

Na Portaria 413, de 7 de março de 2012, do Ministério da Justiça, instituiu-se “o emblema do Departamento de Polícia Rodoviária Federal”. Uma vez mais a decepção: o amor não aparece em qualquer de seus seis artigos, mas no anexo II, que apresenta a “descrição heráldica” do emblema. Ali se explica que um dos elementos do emblema é o “símbolo de vida, de atividade, da ciência, do amor patriótico, como também de manutenção de uma tradição viva”.

O amor patriótico é muito relevante, mas não é a espécie que se busca nesta exaustiva investigação. Além da portaria do Ministério da Justiça, nada mais foi encontrado. 

Atualmente, deseja-se alterar o dístico da bandeira do Brasil para lhe acrescer a palavra “amor”, além de “ordem e progresso”. De fato, o lema positivista original, de Augusto Comte, dizia: “Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”. No projeto de lei submetido ao Congresso Nacional, fez-se alusão a essa circunstância histórica para se defender a mudança do pavilhão nacional.

Por agora, é importante apresentar uma questão: por que o Direito (ou melhor, o ordenamento jurídico) é tão pouco receptivo à presença do amor em suas normas? Note-se que o “ódio”, por exemplo, aparece em nada menos que 16 documentos, o que se justifica pela circunstância de pretender reprová-lo como conduta humana.

Os conceitos metajurídicos estão de volta à moda nos últimos tempos. Falar-se em “sentimento”, “sensibilidade”, “paixão”, “compaixão”, “afeto”, “carinho” e “humanidade” em acórdãos, sentenças ou livros de doutrina tornou-se algo bem visto. Não se pode esquecer que, ao tempo de Justiniano, quando as tradições romanas desapareciam no Ocidente, tomado pelos bárbaros, a benevolentia, acaritas (que não é senão o amor), a equitas e outras expressões que apelavam à metafísica ganharam enorme importância, a ponto de entrar para alguns textos jurídicos. 

A reflexão sobre o “amor” no Direito pode-se converter em um exercício de pieguismo ou assumir a forma de debates totalmente sem fundamentação teórica. Fenômeno extremamente comum na dogmática e na jurisprudência contemporânea, o que é lastimável. O Direito não se pode transformar em um “beco sem saída do senso-comum”. Se conseguirmos fugir dessa armadilha, eis que há margem para algum tipo de (interessante) debate. 

Retomando a questão anteriormente proposta, sobre essa eloquente ausência do “amor”, ela talvez possa ser respondida sob duas ópticas:

1. O Direito ocupa-se de direitos e deveres (ou obrigações) que são, em geral, correlatos. As relações amorosas não são exigíveis ou executáveis, daí os códigos de 1916 e 2002 não terem colocado o amor como um dever conjugal. Ama-se por “querer estar preso por vontade”. Afinal, o amor é “servir a quem vence o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade”, recitando o soneto camoniano. 

2. A utilização do amor, em uma norma, pode ser desastrosa para o próprio amor, que se contaminaria com a imperfeição humana, a qual, por sua vez, contagiou o Direito desde seu nascimento, pois não há nada mais próximo das baixezas (e das grandezas), dos vícios (e das virtudes), da sordidez (e da magnanimidade) que o Direito. Cada porção de justiça é acompanhada de uma idêntica parte de injustiça. Fazer justiça é, muita vez, gerar uma injustiça. Com o amor, não é assim e não pode ser assim. 

Na próxima coluna, tentar-se-á expor como o Direito estrangeiro trata essa palavra tão intensa e significativa para o homem ocidental. E, evidentemente, desenvolver um pouco mais as hipóteses 1 e 2. 

[1] RIZZARDO, Arnaldo. Direito de família. 7 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 172; GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da; OLIVEIRA, Andréa Leite Ribeiro de. Domicílio no Código Civil de 2002. Revista Forense, v. 102, n. 388, p. 79-91, dez. 2006. p. 90.
[2] PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 14. ed. Atualizada por Regis Fichtner. Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. 3. p. 380.
[3] CARVALHO SANTOS, João Manuel de. Código Civil brasileiro interpretado (principalmente do ponto-de-vista prático): Arts. 1.265-1.362. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1992. v. XVIII. comentários ao art. 1.338.

Otavio Luiz Rodrigues Junior é advogado da União, pós-doutor (Universidade de Lisboa) e doutor em Direito Civil (USP); membro da Association Henri Capitant des Amis de la Culture Juridique Française (Paris, França) e da Asociación Iberoamericana de Derecho Romano (Oviedo, Espanha).










Revista Consultor Jurídico, 19 de dezembro de 2012

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Brasil tem taxa de divórcios recorde em 2011, diz IBGE

Número chegou a 351.153, um crescimento de 45,6% em relação a 2010.
Mudança na lei e redução da burocracia são fatores apontados por instituto.
Do G1, em São Paulo


Em 2011, o Brasil registrou a maior taxa de divórcios desde 1984, quando foi iniciada a série histórica das Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta segunda-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de divórcios chegou a 351.153, um crescimento de 45,6% em relação a 2010, quando foram registrados 243.224.

Segundo o IBGE, foram 2,6 divórcios para cada mil habitantes de 15 anos ou mais de idade, contra 1,8 separações em 2010.
saiba mais

Conforme a pesquisa, um dos fatores foi a mudança na Constituição Federal em 2010, que derrubou o prazo para se divorciar, tornando esta a forma efetiva de dissolução dos casamentos, sem a etapa prévia da separação.

Com isso, houve uma queda de três anos no tempo médio transcorrido entre a data do casamento e a da sentença de divórcio desde 2006 – de 18 anos para 15 anos.

Em 2011, a maior proporção de dissoluções ocorreu em casamentos que tinham entre 5 e 9 anos de duração (20,8%), seguida de uniões de 1 e 4 anos.

Além disso a proporção do divórcio por via administrativa, possível aos casais sem filhos, passou de 26,8%, em 2001, para 37,2%, em 2011.

A idade média ao divorciar diminuiu para homens e mulheres entre 2006 e 2011. De 43 anos para 42 anos no sexo masculino, e de 40 para 39 anos no feminino.

Casamentos
Ao mesmo tempo, em 2011, foram registrados 1.026.736 casamentos, 5% a mais que no ano anterior. Deste total, 1.025.615 foram de cônjuges de 15 anos ou mais de idade. São sete casamentos para mil habitantes de 15 anos ou mais de idade.

As taxas mais elevadas de casamento estão em Rondônia, Distrito Federal, Espírito Santo e Goiás, e as menores, no Amapá e Rio Grande do Sul.

As mulheres se casam mais entre 20 a 24 anos, e os homens, entre 25 e 29 anos, o que reflete um aumento da idade para se casar. A partir dos 60 anos, as taxas do sexo masculino são mais que o dobro que as das mulheres, diz o IBGE.

As informações foram coletadas dos cartórios de registro civil, varas de família, foros ou varas cíveis e tabelionatos de notas do país.

Também aumentou o número de recasamentos, que representavam 20,3% do total das
uniões formalizadas em 2011, contra 12,3% em 2001. Rondônia (75,2%) e o Rio de Janeiro (75,5%) foram os estados com as menores proporções de casamentos entre solteiros, e Piauí o maior (92,4%). Já os casamentos entre pessoas divorciadas têm a maior proporção em São Paulo (5,2%).

Os dados também revelam o crescimento da guarda compartilhada dos filhos menores entre os cônjuges – 5,4% seguiam esse tipo de divisão, mais que o dobro do verificado em 2001 (2,7%). Ainda assim, a responsabilidade feminina ainda é a maior, 87,6%.

O compartilhamento da guarda foi mais frequente no Pará (8,9%) e no Distrito Federal (8,3%) e registrou os menores percentuais em Sergipe (2,4%) e no Rio de Janeiro (2,8%).

sábado, 1 de dezembro de 2012

Divórcio digital diminui processo de três anos para três meses

Casais que querem se separar podem agora usar a internet para acelerar o processo e evitar a burocracia. Com processo eletrônico não se utiliza papel.
Alessandro Torres/Fortaleza


Você já ouviu falar em divórcio eletrônico? Casais que querem se separar podem agora usar a internet para acelerar o processo e evitar a burocracia. Em Fortaleza, o tempo médio de espera caiu de três anos para três meses.

Com o fim do casamento, começou uma longa espera na Justiça ! Rosângela precisou enfrentar todas as etapas de uma ação de divórcio.

"Fica aquela coisa assim de ansiedade, estar esperando né... ver aquela pessoa...", conta a doméstica, Rosângela Bezerra.

Ela é de um tempo em que, para se divorciar, o casal precisava ter pelo menos um ano de separação judicial ou dois anos de separação de fato. Desde 2010 é possível requerer diretamente o divórcio a qualquer momento, assim que o casal decidir. A novidade, agora, é o processo de divórcio 100% eletrônico. No Ceará, o casal e o advogado acompanham tudo pela internet.

Até então, o processo precisava percorrer os corredores do Fórum: do protocolo, onde o advogado entra com a ação, até a vara onde acontece o julgamento. Agora, com o processo eletrônico, nenhuma etapa mais utiliza papel.

Para anexar documentos é só escanear. Com o novo sistema, o prazo médio para sentença de divórcio, em Fortaleza, caiu de três anos para três meses ! Mas, ainda é preciso ir ao Fórum...

"Tem que ter uma audiência de conciliação e, se não houver conciliação, tem que ter uma outra audiência chamada audiência de instrução. É nessa audiência onde as partes vão ser ouvidas, onde as testemunhas vão ser ouvidas, onde os documentos vão ser apresentados", declara o advogado especialista em Direito da Família, Marcus Duarte.

Mas, se o casal estiver de acordo e não tiver filhos menores de idade nem maiores incapazes, o divórcio pode ser feito no cartório. Basta levar advogado ou defensor público, documento de identidade, certidão de casamento, de nascimento dos filhos e a documentação dos bens. No Ceará o custo do cartório é de R$162.

"Para cada estado o Tribunal de Justiça disponibiliza essa tabela com os valores dos emolumentos". "O valor varia de acordo com cada bem imóvel ou cada bem móvel que vai ser partilhado", completa a escrevente Elyana França. (Jornal Hoje/Globo)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Homens que se dão bem com sogras evitam divórcios


A boa convivência dos homens com os sogros conecta o marido e a esposaFoto: Getty Images

As brigas entre genros e sogras são temas de muitas piadas, mas os homens deveriam tentar se dar bem com elas para preservar o casamento. É que, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, o bom relacionamento com elas - e também com os sogros - aumenta em 20% as chances de evitar o divórcio. Os dados são do jornal Daily Mail.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas avaliaram 373 casais por 26 anos. Quando o estudo começou, em 1986, os participantes tinham entre 25 e 37 anos e estavam no primeiro ano de casamento. Todos tiveram de classificar o nível de proximidade que tinham com os pais de seus parceiros.

Constatou-se que a boa convivência dos homens com os sogros conecta o marido e a esposa. No entanto, a situação com as mulheres é bem diferente. As ligadas aos sogros têm chance 20% maior de separação. “Como os relacionamentos são tão importantes para as mulheres, a sua identidade como esposa e mãe é fundamental para o seu ser. Elas interpretam o que seus sogros dizem e fazem como uma interferência em sua identidade como esposa e mãe”, disse a pesquisadora Terri Orbuch.

A sugestão é que os pais do marido tenham cuidado ao falar com as noras, pois são mais sensíveis à sua interferência, e as mulheres devem evitar compartilhar detalhes do casamento, de forma que todos respeitem os limites. Aos homens, a receita é se certificarem de tratar os sogros como especiais e importantes. (Terra)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Casal se reconcilia e desistência de divórcio é homologada



Em decisão monocrática, o Des. Sérgio Fernandes Martins deu provimento à apelação interposta por T.C.A. e O.A.S. contra sentença de primeiro grau que julgou procedente pedido de divórcio consensual.

De acordo com o processo, o casal contraiu matrimônio em 1999 e da união advieram dois filhos. Após a distribuição do processo de divórcio, ambos pensaram melhor e, pelo bem-estar da família, decidiram desistir da ação, uma vez que se reconciliaram com o objetivo de manter a família unida. Contudo, como a sentença já havia sido prolatada, o juiz de primeiro grau não acolheu o pedido de desistência da ação de divórcio, julgando-a improcedente. Assim, o casal requereu o provimento da apelação para que fosse acolhido o pedido de desistência da ação.

Ao dar provimento de plano ao recurso, o Des. Sérgio Fernandes Martins lembrou que é possível e recomendável a homologação da desistência da ação, mesmo após a sentença de decretação do divórcio, desde que o pedido seja formulado de forma consensual antes do trânsito em julgado da decisão e esteja fulcrado em fato superveniente - neste caso, a reconciliação dos interessados.

Em sua decisão, o relator apontou ainda que o pedido de desistência do divórcio foi formulado em petição conjunta, e posteriormente ratificado expressamente pelo cônjuge varão, quando ambos noticiaram o restabelecimento da vida conjugal – não existindo, em tese, prejuízos a terceiros, pois a sentença não transitou em julgado e o divórcio, por conseguinte, não chegou a ser averbado.

“Ademais, manter-se uma sentença de divórcio por questões processuais quando ambos os cônjuges confirmam ter retomado a vida a dois significa apegar-se demasiadamente a formalismos, em um inequívoco exemplo de esquecimento da regra básica de que o processo é apenas um meio para atingir um fim e não um fim em si mesmo. Não se pode olvidar que a atividade jurisdicional cumpre seu papel ao dirimir os conflitos trazidos pelos cidadãos que batem às portas do Judiciário, contudo neste caso, não há mais conflito a ser dirimido. A contrário, caso se consolide a situação contida nos autos - dissolução do casamento que não mais encontra substrato no mundo dos fatos -, o Judiciário estará, em verdade, potencializando o surgimento de novos conflitos”, disse o Des. Sérgio Fernandes Martins.

Lembrando que a manutenção do casamento, quando os cônjuges confirmam ter retornado ao convívio marital, encontra amparo no espírito da Constituição Federal, que, em seu artigo 226, dispõe que a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado, o relator concluiu: “Ainda que a sentença definitiva do divórcio produza efeitos depois de registrada no registro público competente (art.32 da Lei do Divórcio), no que, sequer ocorrido o trânsito, é possível e recomendável a extinção do processo sem resolução de mérito, em razão do fator superveniente. Ante o exposto, com fulcro no § 1º-A do artigo 557 do Código de Processo Civil, dou provimento de plano ao recurso para, homologando o pedido de desistência formulado pelas partes, extinguir o feito sem julgamento de mérito”.

Autoria do Texto: Secretaria de Comunicação Social - imprensa@tjms.jus.br - TJ/MS

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Veja 5 hábitos que levam ao fim do casamento


A comunicação perfeita não acontece apenas quando a mensagem é enviada, mas também quando é bem recebida
Foto: Getty Images

A falta de comunicação é uma das principais razões que leva os casais ao fim do relacionamento. Silêncio, frases em tom ríspido e omissão são comportamentos comuns que podem gerar grandes problemas. Por isso, o site Your Tango listou cinco hábitos que podem levar ao divórcio. Confira a seguir.

Inautenticidade: é comum que, em uma relação, as pessoas digam “sim” mesmo quando querem dizer “não” por medo da rejeição. Mas aceitar situações contra a própria vontade é uma forma de guardar rancor e ressentimentos que só tendem a crescer com o tempo. O ideal é expor os sentimentos e ser maduro o suficiente para negar algumas situações. Se você prefere não discutir no momento, deixe isso claro: "preciso pensar sobre o assunto. Podemos falar depois?".

Incongruência: a maior parte da comunicação é não-verbal e quando ela está fora de sincronia com as palavras, enviamos mensagens contraditórias. Virar os olhos, apertar os lábios e balançar os ombros passam uma mensagem de julgamento, por mais que você diga o contrário. A melhor maneira para evitar isso é manter o contato visual porque permite uma concentração maior no que o casal está dizendo.

Interromper frases: as pessoas cansam de ouvir isso quando criança, mas nem todo mundo aprende. Os homens se queixam de que, sempre que estão pensando em uma resposta, as mulheres cobram rapidez em uma situação tensa. Por isso, antes de interromper uma frase, conte até 30 e "enrole a língua dentro da boca" sete vezes antes de falar.

Falta de educação: depois de muito tempo juntos, os pedidos educados terminados com “por favor” e “obrigado” caem em desuso e se transformam em frases rotineiras. Mas é importante lembrar que, em qualquer relacionamento, os diálogos do dia a dia também merecem carinho e educação. Assim, em vez de dizer “abaixe a tampa do vaso!”, que tal um “muito obrigada por ter lembrado de abaixar a tampa dessa vez”?

Atitudes impensadas: a comunicação perfeita não acontece apenas quando a mensagem é enviada, mas também quando é transmitida e recebida pelo ouvinte. Ao falar sobre assuntos desconfortáveis, é fácil tornar-se crítico, apontar o dedo e ter a necessidade de dizer a última palavra. Felizmente, nada disso funciona. Em vez disso, converse calmamente e pense em todas as possibilidades antes de fazer julgamentos.


(Terra)

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Festa do Divórcio ganha força na cidade de São Paulo

Apenas em São Paulo, mais de seis mil casais se separaram em 2011 e o evento ganha agora até comemoração

Comemoração: para celebrar o fim, bolo dividido ao meio (Foto: Thinkstock)
por Mauricio Xavier (com reportagem de Carolina Romanini e Flora Monteiro)

Em 2011, ocorreram 6.382 separações na capital, o quere presenta um aumento de 135% em relação a 2007, segundo o Colégio Notarial do Brasil. O crescimento inspirou o surgimento de um novo serviço para esse “mercado”: a Festa do Divórcio.

A ideia partiu da empresária Meg Sousa, que transformou a tristeza pelo fim de seu próprio casamento em uma balada em 2009. No ano passado, a brincadeira virou negócio, e ela passou a realizar eventos semelhantes pela empresa Idealizzare.

Com itens bem peculiares, como bolo dividido ao meio (outros abaixo), as festanças podem custar mais de R$ 60.000,00. “Organizo umas duas a cada três meses, e a procura aumentou em 35% somente neste ano”, conta. 

FESTA DE CASAMENTO

Doce bem-casado

Bolo tradicional

Noiva de vestido branco

Entrada na igreja com o pai

As alianças são trocadas

Arremesso do buquê


FESTA DO DIVÓRCIO

Doce bem-separado

Bolo dividido ao meio

Divorciada de vestido preto

Entrada no evento com um dançarino

A aliança é martelada

Queima do buquê

(Veja SP)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Quer agradá-la? Cinco coisas fofas que você pode fazer por ela

É muito comum os casais caírem na rotina e, a partir de certo ponto, cada um para de prestar atenção no companheiro. Para sair um pouco dessa rotina, alegrar e valorizar a sua amada, que tal tentar fazer uma dessas cinco coisas fofas de vez em quando? Não precisa passar 24 horas por dia se desdobrando em mil para agradá-la, mas também não custa nada esses gestos carinhosos para mostrar o quanto ela é especial para você.

Não, não quer dizer ter que virar um escravo das tarefas domésticas e esquecer as quartas-feiras do futebol ou as quintas do poquer com os amigos! Mas ajudar, de vez em quando, com algumas tarefas não irá matar ninguém e ainda irá provar para ela como você é solícito e está disposto a ajudá-la no que ela precisar. Que tal depois que ela fez aquele jantar delicioso que te deixou nas nuves, você se oferecer para lavar a louça? Assim ela pode descansar e apreciar você como o companheiro prestativo, o herói do lar. Com o tempo, vocês podem montar um rotina e dividir as tarefas, talvez separar as atividades em turnos para cada um. (Arte: Alpino)
Graças aos tradicionais filmes românticos, com galãs de tirar o fôlego e roteiros que, inevitavelmente, levavam a um final feliz, as flores se tornaram símbolo mundial do agrado masculino à mulher. Sendo assim, que tal voltar um pouco no tempo, assumir aquele ar de mocinho de filme romântico, comprar um belo e colorido buquê, e surpreendê-la quando ela estiver voltando de um dia exaustivo de trabalho ou do jantar com as amigas? Com certeza ela irá se sentir a mocinha de filmes açucarados e ficar muito feliz com o carinho. 
(Arte: Alpino)


Sabe quando ela comenta na foto da amiga na rede social "está lindissima" e você olha a foto e pensa: " o que diabos ela tem na cabeça"? Pois é, acontece que mulheres, mais que os homens, são super vaidosas e adoram ser elogiadas. Por isso, talvez ela minta para a amiga às vezes, para levantar um pouco a autoestima dela e deixá-la se sentindo mais bonita. Não quer dizer que você precise mentir para ela: se tiver algo em sua aparência que não te agrade, indique com delicadeza e sensibilidade. Mas com certeza ela irá adorar se você valorizar a produção dela, comentar o quanto ela está (ou melhor, é) bonita. Que tal tentar? (Arte: Alpino)


Elas não resistem a homens que dominam a arte da culinária. Conhece a expressão "conquistar pelo estômago"? Que tal REconquistá-la pelo estômago? Não precisa ser um mestre cuca para impressionar: um prato feito com empenho, carinho e a quantidade certa de sal já irá deixá-la contente. Só lembre de dar preferência para pratos que não sejam muito pesados, como carne vermelha ou massas: caso o clima esquente mais tarde, você não irá querer estar com o estômago pesado. (Arte: Alpino)



Além de uma boa surpresa ser sempre bem vinda, ela irá se sentir sexy e perceber o quanto você a deseja. E já sabe, né?! O primeiro passo para a mulher se deixar levar pelo clima mais quente é ela se sentir linda e desejada: com certeza ela fica muito mais poderosa na cama. A surpresinha irá agradá-la e, no final, será uma vatangem para você também. Que tal dar algo bem feminino e delicado, mas sensual, e deixar a noite rolar? Apenas tenha cuidado para não exagerar no tom provocante do modelito e dar algo que possa assustá-la ou soar como uma reclamação às lingeries que ela sempre usa. (Arte: Alpino)

(Por Yahoo)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Fim do casamento? Confira 7 dicas para superar um divórcio



Veja os detalhes de como seria viver somente com seus valores fundamentais e sonhos
Foto: Getty Images

A separação não é o fim do mundo, e sim o momento de começar de novo. Mas é comum se sentir perdida. Para dar a volta por cima, confira sete dicas listadas pela orientadora de momentos de transição, Lisa L. Payne, listadas no site Your Tango:

Presenteie-se: encontre um espaço tranquilo onde possa se sentar e permanecer por um bom tempo sem ser interrompida. Limpe sua mente de toda a desordem. Lembre-se de que agora é simplesmente você, sem problemas alheios. Dê esse momento a você. 

Caia na real: pergunte a si mesma: “o que está realmente acontecendo agora?”. Pare para ouvir a resposta, desprovida de emoção. Aceite a responsabilidade pelo papel que desempenhou para criar essa realidade atual. Quando você aceita a verdade, se conecta ao poder de mudar o que não gosta.

Supere: quando há culpa e julgamento, falta espaço para a possibilidade. Saiba que tudo acontece por uma razão e expresse gratidão pela oportunidade de aprender e crescer com cada situação, seja ela boa ou ruim. Crie energia para seguir em frente.

Seja clara: visualize-se em uma nova vida. Veja os detalhes de como seria viver somente com seus valores fundamentais e sonhos. Saiba que pode criar o que deseja.

Envolva- se: valorize suas necessidades, porque é digna de uma vida nova que lhe excita. Você merece! É sua hora de um novo começo!

Leve a sério: cada escolha lhe traz para mais perto ou mais longe da sua meta. Portanto, prefira o que lhe aproxima dos seus sonhos. Conforme a confiança cresce, as próximas escolhas se tornam mais fáceis e, eventualmente, se tornam novos hábitos. 

Procure ajuda: cerque-se de pessoas que ama e respeita. Corte relações com quem lhe faz mal. Procure ajuda de um psicólogo ou de um grupo de apoio.

(Por Terra)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Chinês processa esposa porque ela fez plástica para ficar bonita

Jian Feng disse que pensava que beleza dela era 'natural'. 

Ele desconfiou após mulher dar à luz uma 'criança muito feia'.
Do G1, em São Paulo
Um chinês pediu o divórcio e processou a mulher depois que descobriu que ela havia feito uma cirurgia plástica para ficar mais bonita antes de eles se casarem, segundo a imprensa local.

Chinês processou a esposa após descobrir que ela havia feito plástica. (Foto: Reprodução)


Jian Feng alega que foi enganado pela esposa, pois ele acreditou que a beleza dela era natural, e não formada a partir do bisturi de um cirurgião.

Feng ganhou uma indenização de cerca de R$ 245 mil.

Feng disse, em audiência no tribunal, que estava profundamente apaixonado por sua esposa, até que ela deu à luz uma menina.

Segundo ele, a criança era muito feia, sem semelhanças com ele ou a esposa.

Feng acabou descobrindo que a mulher havia passado por uma cirurgia plástica e pediu o divórcio.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Catherine Hakim: "Ter um caso faz bem ao casamento"

A socióloga Catherine Hakim diz que traições discretas revigoram as relações matrimoniais – e que, quando descobertas, elas deveriam ser toleradas
Por: NATHALIA ZIEMKIEWICZ - Revista Época
Pesquisadora da london School of Economics, a socióloga inglesa Catherine Hakim gosta de desafiar a moral vigente. Em 2011, ela publicou Capital erótico, livro em que defendia o direito de usar a beleza para subir na vida. Agora, aos 64 anos, acaba de lançar The new rules: internet dating, playfairs and erotic power (em tradução livre, As novas regras: encontros pela internet, casos rápidos e poder erótico), sem previsão de publicação no Brasil. Para escrevê-lo, Catherine entrevistou usuários de sites para infiéis. Eles contaram a ela que são felizes no casamento e que buscam parceiros sexuais na internet apenas para suprir a falta de sexo, comum na vida dos casais. Catherine defende essa atitude. “Gostar de comer em casa diariamente não nos impede de ir ao restaurante de vez em quando.”
PRAGMÁTICA
A socióloga britânica Catherine Hakim. Em seu novo livro, ela diz que as traições conjugais tornam os casais mais felizes (Foto: Camera Press/Eamonn Mccabe)

ÉPOCA – Há evidências de que os casamentos mais duradouros são aqueles em que ocorrem casos extraconjugais?

Catherine Hakim – As pesquisas mostram que, nos países com menor taxa de divórcio, os casos extraconjugais são mais aceitáveis e praticados. Nos Estados Unidos, onde a infidelidade é vista como pecado e não se tolera a mínima escapada, metade dos casamentos termina em divórcio. Na Europa, há uma cultura de que a fidelidade sexual no casamento não é tão importante assim. Não é à toa que, na Espanha e na Itália, a taxa de divórcio fica em torno de 10%. Nesses países, os estudos revelam a alta incidência de casais em que cônjuges já tiveram um ou mais casos durante o relacionamento. Casamentos começam e terminam por várias razões. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, as mulheres dizem largar o marido depois de alguma evidência de um caso. Hillary Clinton foi publicamente execrada por não ter se separado depois da exposição do caso entre seu marido, Bill Clinton, e a estagiária Monica Lewinsky.



ÉPOCA – Trair, então, é a receita para manter um casamento feliz?
Catherine – Não, só estou dizendo que um caso não é grande coisa. Acho exagero esse conceito que rotula a infidelidade como um terrível desastre e que, se acontecer em sua casa, é sua obrigação pedir o divórcio. Meu livro retrata as experiências de homens e mulheres que usam sites de encontros para ser infiéis. A razão mais comum para eles recorrerem a isso é um casamento sem sexo suficiente. Eles tentam encontrar quem também quer preencher essa lacuna. Para essas pessoas, ter um caso é uma ótima forma de manter um casamento feliz. Nos anos 1960 e 1970, era imoral ver jovens solteiros fazendo sexo antes do casamento ou morando junto. Agora, essas coisas são aceitas. Da mesma forma, sexo fora do casamento virou algo factível. A ideia ainda choca, apesar de ser difundida nesses sites. Hoje, sociedades como a França entenderam que a fidelidade sexual é uma questão de escolha e não pode ser imposta. Isso não tem a ver com poligamia ou relacionamento aberto. A dinâmica é outra, porque você esconde o caso.


ÉPOCA – Quem procura um caso está infeliz em casa?
Catherine – Não necessariamente. A maioria dos entrevistados para o livro estava feliz com o casamento e não queria que nada afetasse as circunstâncias familiares. Até por isso s
se preocupavam em manter o caso com discrição. Eles não pensavam em se separar do cônjuge. Nem em se apaixonar ou viver um grande romance com outra pessoa. Queriam coisas que a relação, depois de três ou quatro anos, não consegue mais oferecer.


Acho que a jovem amante tem o direito de exigir jantares, presentes
caros e viagens bacanas para compensar a exploração


ÉPOCA – Que coisas são essas?
Catherine – As pessoas usam esses sites de encontro porque o casamento virou uma espécie de celibato. Para elas, essa é a solução para permanecer no casamento. Outras têm casos pela excitação e pela aventura, mesmo que o sexo no casamento esteja ótimo. Ambos os sexos sentem que, depois do período “lua de mel”, acaba a novidade. O outro se torna familiar e não causa tanta excitação. As pessoas gostam da segurança de um casamento, mas também sonham com fortes emoções. Querem se sentir atraídas e desejadas. Os casos oferecem de volta a empolgação com o jogo sexual, a fantasia aventureira, a afirmação da individualidade. A ideia de que os casos são proibidos e envolvem risco deixa tudo mais interessante. Cada sexo age de forma diferente quanto a isso. As mulheres, em geral, buscam nos casos a atenção que às vezes não recebem do marido. Os homens são instigados pela fuga da rotina e pela chance de ter mais sexo do que em casa.


ÉPOCA – A senhora diz que o impacto da internet na sexualidade é comparável à
invenção do anticoncepcional. Por quê?
Catherine – A pílula separou sexualidade de fertilidade. Libertou as pessoas para transar sem finalidade de reprodução e sem medo de engravidar. Descomplicou o sexo casual. Os sites de encontro para infiéis facilitaram a vida de muita gente. Reuniram pessoas que não querem terminar o casamento, mas desejam sexo sem envolvimento emocional. São relações simétricas, em que as duas partes concordam em manter um caso escondido para não constranger o marido ou a mulher.

ÉPOCA – Discrição é uma das regras dos franceses, que a senhora chama de “experts” em infidelidade. Quais as outras lições deles?
Catherine – As pesquisas na França estimam que um quarto das pessoas casadas legalmente já teve pelo menos um caso na vida. Na Inglaterra, apenas um entre dez homens e uma entre 20 mulheres admitem. A principal lição dos franceses é não trair com alguém de seu círculo social, uma vizinha ou um colega de trabalho. Primeiro, para evitar fofocas e preservar a dignidade do cônjuge. Segundo, porque é mais fácil romper o caso se houver indícios de paixão. Lá, eles não se gabam da infidelidade para os amigos. Os encontros, que ficam em segredo, são em elegantes jantares e viagens. Das 5 às 7 da tarde, depois do expediente, é comum as pessoas casadas saírem com seus amantes. A maioria dos casais sabe que os casos são efêmeros e não justificam o fim da vida construída a dois.


ÉPOCA – Há quem diga que é impossível restaurar a confiança e permanecer na relação. Sua sugestão é ignorar a traição e seguir em frente?
Catherine – Sim. Esses casos costumam não envolver sentimento e passam logo. Claro que a sociedade pressiona para que você se sinta mal pela infidelidade do marido ou da mulher. A fofoca é um poderoso mecanismo de pressão social. Se você tem um relacionamento que vale a pena, consegue superar. Um bom caso extraconjugal pode até melhorar o casamento, à medida que deixa as pessoas mais felizes e bem-humoradas. Um bom caso é aquele que não deixa a pessoa excessivamente ansiosa ou distante da mulher ou do marido. É algo leve, sem cobranças.

ÉPOCA – Por que a senhora diz que as amantes de homens ricos e poderosos têm direito a benefícios financeiros?
Catherine – O tradicional caso extraconjugal sempre foi entre um homem casado e uma mulher solteira. Ele costumava ser mais velho, poderoso e bem-sucedido. A amante era uma figura jovem e atraente, mas pobre. É o exemplo do executivo e sua secretária. Considero esse tipo de relacionamento injusto. Em geral, a amante espera se casar, e o homem, para não perdê-la, alimenta a esperança de que abandonará a mulher. Não há igualdade nessas circunstâncias, como haveria entre duas pessoas casadas, no mínimo. Acho que essa amante tem o direito de exigir jantares e presentes caros e viagens bacanas para compensar a exploração. Na China e no Japão, homens jovens têm casos com mulheres ricas e mais velhas na expectativa de ganhar presentes em dinheiro, roupas, carros... Não entendo por que o mundo ocidental se incomoda com isso. É natural que pessoas ricas possam bancar essa generosidade.

ÉPOCA – Por que a senhora afirma que a longevidade é culpada por trairmos mais hoje do que séculos atrás?
Catherine – Antes do século XVIII, os casamentos duravam em média 20 anos, porque as pessoas morriam cedo. Hoje, vivemos 80, 100 anos. E podemos ficar casados com o mesmo companheiro por mais de seis décadas. É um tempo razoável para nos entediarmos. Os casais viram mais amigos que amantes românticos. Isso ajuda a explicar por que buscamos mais casos extraconjugais hoje em dia. Na Inglaterra, nas pesquisas nacionais sobre sexo entre 1990 e 2000, a porcentagem de homens e mulheres que admitia ter casos dobrou. E esse número subiu em 2010.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Estudo: 'Fifa 13' é responsável por 12% dos divórcios na Inglaterra


Centro e trinta e cinco pessoas na Inglaterra apontaram 'Fifa 13' como responsável pelo fim de suas relações
Foto: Divulgação
Um estudo realizado pelo site VoucherCodesPro apontou que Fifa 13 foi o responsável por 12% dos divórcios recentes no Reino Unido. Dos 1.124 novos solteiros entrevistados para a pesquisa, 135 pessoas apontaram o simulador de futebol da EA Games, lançado no país em 28 de setembro, como o principal fator de "deterioração" da relação.

Dos 12%, metade deles alegaram que passavam mais tempo jogando Fifa 13 do que com seus parceiros, enquanto outros 31% disseram que o jogo causou uma mudança no espírito da relação. Além disso, 13% das 135 pessoas apontaram que a data limite de transferências de jogadores foi um ponto crítico no divórcio e 9% culparam problemas na conexão para jogos online como o motivo do fim.

Porém os culpados não são todos homens. A pesquisa aponta que 13% dos viciados em Fifa 13 era do sexo feminino. "Nós tivemos Cinquenta tons de Cinza causando problemas durante o verão, mas parece que 'Fifa tons de Cinza' é outra obsessão que dominou", disse Geoge Charles, do VoucherCodesPro.co.uk. "As pessoas veem videogames como uma quebra da realidade, mas parece que o mundo virtual também pode causar implicações na vida real". (Terra)


IBGE traça o perfil de casais que se separam e formam novas famílias

Com o aumento do número de divórcios, houve um crescimento significativo de famílias reconstituídas, formadas por casais com filhos de apenas um dos cônjuges ou com, pelo menos, um de cada.
Renata Capucci Rio de Janeiro - Jornal Hoje - Globo.com


Pela primeira vez, o IBGE traçou o perfil das famílias formadas por pessoas que se casaram de novo. De acordo com o Censo 2010, são as chamadas famílias reconstituídas, que representam 16% dos casais com filhos. A pesquisa mostra também que há mais divorciados, solteiros e uniões sem casamento no civil ou no religioso.

O retrato da família Médici é espelho do resultado dessa pesquisa. Marcio e Sherazade, juntos há oito anos, são pais de Gael e Lorenzo. Além dos meninos, tem também a Mahara, do primeiro casamento da mãe, e a Natália, do primeiro relacionamento do pai. "O caos, na maioria das vezes, organizado é maravilhoso", opina Marcio.

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Esse novo modelo familiar leva a novas questões para a análise da Justiça. Há até casos de pedido de pensão para a madrasta ou o padrasto de uma criança após a separação de um casal. “Vai levar em conta a necessidade dessa criança, se realmente sem o auxílio do padrasto ou madrasta, vai modificar a vida dela de uma forma muito agressiva”, explica a advogada Alexandra Ullmann.

Em contrapartida, padrastos e madrastas também podem ter direito a conviver com enteados após um divórcio. “Hoje nós temos vários casos de separação que dá direito de visita ao padrasto e a madrasta”, afirma a advogada.

O Censo também mostra que 36,4% dos relacionamentos no país não são formalizados. Em 2000, esse percentual era de 28,6%. Neste período, o número de divorciados quase dobrou e os solteiros continuam sendo mais da metade da população.

O número de solteiros que já viveram uma união conjugal aumentou 20% - hoje, eles são quase 15% dos brasileiros, com maior concentração no Rio de Janeiro.

A pesquisa constatou também um aumento na proporção de famílias sob responsabilidade exclusiva da mulher. Pela primeira vez, o IBGE mediu a responsabilidade compartilhada, quando as despesas são divididas pelos responsáveis da casa. Esse é o caso de 15,8 milhões de famílias.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Festas de divórcio viram mania nos Estados Unidos: será que a moda pega por aqui?


Armar um festão é moda lá fora, mas comemorar a separação também será assunto da próxima novela das nove
A confeiteira Mariana Boll e o bolo criado para uma festa de divórcio
Foto: Jean Schwarz / Agencia RBS Judith Newman
Tom Carling recebeu um presente inusitado, algo que vem se tornando mais comum em certos círculos: chá de divórcio.

- Na verdade, eles o chamam de chá dos descasados, que é como um chá de cozinha para divorciados - conta Carling, um designer gráfico de Manhattan. - Noivas ganham coisas para a casa, e eu ganhei uma festa para repor as coisas que minha ex havia levado embora.

Organizada por amigos íntimos, incluindo Elizabeth St. Clair, uma advogada de Manhattan, a festa encheu sua casa de utensílios básicos, como um novo jogo de tigelas, e lhe deu um livro de receitas "à prova de idiotas" que lhe permitirá alimentar sua filha adolescente ou impressionar uma namorada.

- Você pensa que isso é algo pequeno? Pois não - garante Carling. E explica: - A cozinha é um espaço íntimo, e se você foi casado por 25 anos como eu, você cria vínculos com os itens mais usados.

As refeições, acrescenta Carling, "eram os momentos em que eu me sentia um coitado solitário, e o chá de divórcio me deu essa sensação de que eu possuo a força para seguir em frente" - e também os jogos de pratos.

Não entenda mal: não é como se todos estivessem organizando divórcios como se fossem casamentos - embora exista uma loja em Londres, a Debenhams, que possui uma lista oficial de divórcio, e algumas pessoas abrem suas listas em sites normalmente reservados para casamentos.

A menos que Katie Holmes esteja planejando algo, há poucas chances de que um chá de divórcio de celebridades apareça na capa da US Weekly - embora a separação de Shanna Moakler e Travis Barker, e seu bolo com uma noiva loira segurando uma faca sangrenta sobre restos mutilados do noivo, tenha sido um texto interessante.

Organizadores de grandes festas vêm relatando um significativo aumento no número de pessoas que celebram o fim de um casamento não com lágrimas, mas com um estrondo (às vezes, literalmente: há uma empresa inglesa de fogos de artifício que pode ser contratada para festas de divórcio, escrevendo as palavras "finalmente livre" no céu noturno).

Existem especialistas em planejar festas de divórcio, e há também um site, odivorcepartysupply.com, onde se pode "celebrar sua nova liberdade" com tiaras de chifrezinhos que se acendem, rosas de caule longo - e, para aquelas tentando libertar um pouco da raiva, piñatas em formato de pênis.

- As pessoas não costumam chamar essas comemorações de chás ou festas de divórcio - afirma Marcy Blum, organizadora de eventos e autora de Weddings for Dummies. - A motivação é mais do tipo: "Venha celebrar minha nova vida (e talvez me dar um presente)".

Por exemplo, Blum fez uma festa com tema "Alice no País das Maravilhas" nos Hamptons, para um cliente rico e idoso cujo terceiro casamento, com sua instrutora de yoga, havia saído dos trilhos. - Por que Alice no País das Maravilhas? - pergunta Blum. - Bem, era algo lúdico, e foi uma boa desculpa para convidar muitas jovens mães com seus filhos.

O cliente faleceu recentemente, mas não antes de se casar mais uma vez, disse Blum, "com uma mulher que tinha um décimo de sua idade.

Ela também apontou que, como agora homens e mulheres homossexuais já podem se casar em muitos Estados dos EUA, eles também terão o direito de se divorciar - podendo significar que os chás de divórcio se tornarão ainda mais frequentes.

De certa forma, o surgimento do chá de divórcio não é assim tão surpreendente. Com uma probabilidade de sucesso de apenas 50% para o primeiro casamento - e percentuais ainda piores para o segundo e terceiro, caso você esteja pensando que o amor é mais amoroso da segunda ou terceira vez -, parece haver um desejo social de comemorar, e até mesmo celebrar, o que vem se tornando uma etapa cada vez mais comum na vida das pessoas.

- Tradicionalmente, todo grande evento tem uma celebração: casamento, formatura, o que for. Mas quando você se divorcia, você está sozinho - diz Christine Gallagher, proprietária da empresa de eventos Divorce Party Planner, em Los Angeles. - Um chá de divórcio é uma maneira de criar um ritual onde você ganha o apoio de amigos e familiares. Vejo isso como algo bastante saudável.

Em nome de uma boa saúde mental, ela organiza festas com temas como Sobrevivente, onde ela monta a casa como uma ilha deserta (ajuda se você morar em Los Angeles e tiver uma piscina) e atores desempregados vestidos com sarongues servem drinques tropicais - enquanto 50 Ways to Leave Your Lover e Hit the Road, Jack tocam no sistema de som.

- Acabo de fazer uma festa de Dia dos Mortos para um amigo que queria homenagear a morte de um casamento - disse Gallagher. - Tínhamos velas em caveiras por toda parte. E achamos uma piñata de bolo de casamento, o que foi fantástico.

Mesmo assim, nem todos estão convencidos de que festas de divórcio são uma boa ideia.

- Como terapeuta, minha opinião é que as pessoas devem fazer o que for necessário, guardadas as devidas proporções - argumenta a escritora e ex-psicoterapeuta Amy Bloom. - Como ser humano, minha opinião é: o que há de errado com essas pessoas? Certo, se você tinha um cônjuge que todos odiavam, tudo bem, alugue uma suíte no Ritz-Carlton. Mas se você estiver sendo honesto consigo mesmo, o divórcio é um período bem ambivalente. Seria mesmo o momento de jogar confete rosa pelo ar? As pessoas estão um pouco desesperadas demais por rituais e comemorações.

O judaísmo possui uma cerimônia religiosa para o divórcio: o get, que é uma maneira de santificar o final de um relacionamento.

E segundo o site beliefnet.com, muitas comunidades cristãs vêm lutando com formas para incorporar o divórcio no ritual religioso (imagino que a cerimônia cristã seria similar à judaica, mas com caçarolas em vez de peixe defumado). Se os rituais não são definidos em nossas igrejas e comunidades, talvez desejemos criá-los nós mesmos.

Esse parece ser o caso de Martha Torres, de Thousand Oaks, na Califórnia - que, após 30 anos de casamento, perdeu 13 quilos e organizou uma festa de "renascimento" imediatamente após pedir o divórcio. Um ano depois houve uma continuação, com uma festa "Ainda estou de pé", para celebrar sua independência financeira.

- Quando algo fora de seu controle acontece em sua vida, você pode decidir pesar 150 quilos e andar com um rosário, ou você pode fazer algo para retomar sua vida. Uma festa nem sempre é apenas uma festa. Ela pode servir como uma ponte para uma nova vida - analisa Martha Torres.

Será que a moda pega por aqui?
Por Gabrieli Chanas

Novela dita moda em roupa, corte de cabelo e até nome de bebê. Salve Jorge, que vai suceder Avenida Brasil, promete lançar por aqui - ou pelo menos colocar nas rodas de conversa - a moda da festa de divórcio. Já na terceira semana no ar, a personagem de Cléo Pires irá promover um festão para celebrar a separação. Ousada, vai aparecer de vestido de noiva e gritando aos quatro ventos a felicidade com a vida nova. Os mais recatados vão arrepiar os cabelos: as cenas prometem doideiras dignas de Carminha.

Por aqui ainda não existem profissionais especializados em comemorar o descasamento, como acontece nos Estados Unidos. O assunto, quando aparece, até surpreende. A confeiteira Mariana Boll, que todo mês entrega dezenas de bolos para casaizinhos felizes, teve que usar a imaginação para criar um bolo de divórcio, atendendo pedido de Donna. Deixou de lado o marido esfaqueado e o sangue escorrendo - como fez Shanna Moakler - e apostou num bolo colorido, que celebra a nova fase da dona da festa. Ele traz uma mulher bonita, segura de si, muito disputada e pronta para iniciar a busca por um novo amor.

Festa de divórcio ainda pode parecer uma coisa de outro mundo, mas se você puxar pela memória, provavelmente vai lembrar de já ter ido a uma. Por estas bandas, a separação não costuma ser brindada com pompa - até porque nem sempre há motivo para comemorar um divórcio - mas com um chope num barzinho com as amigas mais próximas. Daí para uma festa de arromba ficam faltando apenas o convite, o bolo, contratar uma banda, providenciar as lembrancinhas, encomendar fogos de artifício...


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Discovery Home Health exibe 'Divórcio: Os Filhos Primeiro'


Documentário acompanha separação de três casais e o cuidado com os filhos

Apesar da situação, pais concentram seus pensamentos no bem-estar e necessidades dos filhos Foto: Discovery Home & Health, Divulgação

O Discovery Home & Health exibe neste domingo, às 23h, Divórcio: Os Filhos Primeiro, documentário em que três corajosos casais convidam o público a testemunharem o fim de seus casamentos. Enquanto lutam para controlar a raiva que sentem da situação — e de seus ex-parceiros — e o medo de encarar uma separação, eles não deixam de concentrar seus pensamentos no bem-estar e nas necessidades de seus filhos.

Este programa mostra novos tipos de divórcio, como o chamado divórcio colaborativo, que está sendo implementado no Canadá. A base dessa nova estratégica é o resultado de estudos sobre separações que apontam que os casais que se afastam amigavelmente criam filhos crianças emocionalmente tão estáveis quanto aquelas cujos pais ainda vivem juntos.

domingo, 30 de setembro de 2012

Cursos pretendem reduzir processos de separação

A nova arma da Justiça para diminuir o ajuizamento de ações nos tribunais é um curso oferecido aos casais que estão se divorciando. O projeto, do Conselho Nacional de Justiça, já está em andamento há quase um ano na Bahia e no Distrito Federal e vem sendo incentivado em todo o país.

A ideia é dar aos casais ferramentas e confiança para que evitem levar a separação conjugal à Justiça e busquem a conciliação ou a mediação. Os juízes treinados pelo CNJ para dar as chamadas "oficinas de parentalidade" apontam que o divórcio não deve ser tratado como disputa ou vingança.

“É uma nova fase na vida do casal, uma continuação, pois continuarão sendo uma família, mas com uma formação diferente”, explica o juiz Andre Gomma de Azevedo, da Bahia, que tem viajado pelo Brasil em nome do CNJ dando cursos para formar conciliadores e mediadores.

As oficinas são mais um passo no que Gomma chama de “transformação mais profunda dos últimos séculos” do Judiciário, que é sua popularização e, assim, a necessidade de desafogá-lo.

Um dos pontos destacados pelo juiz é que a autocomposição (conciliação ou mediação) não substitui o julgamento. Esse é um dos pontos-chave, segundo ele, para que juízes aceitem que haja conciliação e mediação nas varas em que trabalham. Como exemplo, o juiz cita a empresa que quer lucrar ludibriando o cliente: “O empresário que faz isso está errado e não quer arrumar uma solução melhor para os dois. Para isso, existe um juiz, que vai julgar a disputa entre esse sujeito e o cliente dele, pensando até mesmo no caráter punitivo da pena”.

Convencer os juízes da necessidade de se implantar centros de mediação ou de conciliação é um dos grandes degraus a serem superados. A advogada Clara Boin, sócia da Basv advogados explica que, para instalar o setor de mediação das Varas de Família e Sucessão de Santo Amaro, foi preciso apresentar a cada juiz como o sistema poderia auxiliá-lo em seu trabalho.

“O sucesso da mediação não se mede em números de acordos, mas pela facilitação da solução do conflito entre aqueles que optam por dar uma chance à negociação”, explica ela, que, no dia 3 de outubro lança livro falando sobre a experiência de Santo Amaro. A advogada diz admirar a iniciativa do CNJ, mas é contrária à avaliação feita pelo Conselho, que leva os números muito em conta.

O principal objetivo, diz ela, é a autonomia e responsabilização. “As pessoas passam a se sentir responsáveis e autônomas, pois não é um juiz que vai resolver quem está certo e quem está errado, mas os envolvidos que chegarão à melhor solução.”

Clara aponta que, principalmente nas varas de família, cujas discussões estão "cercadas de emoções", é que as soluções extrajudiciais se mostram mais eficientes.“Muitas vezes, processos de separação são movidos por vingança”, conta.

O juiz Gomma de Azevedo explica que a ideia da conciliação e da mediação é mudar a forma de enfrentar o problema, mostrando pontos de vista positivos, que levam o casal à chamada “espiral produtiva”. “Em vez de polarizar as partes e atribuir culpa, buscamos mostrar como elas podem construir novas normas para seguirem nesse novo momento, compartilhando o poder decisório”, explica.

Marcos de Vasconcellos é repórter da revista Consultor Jurídico.