domingo, 24 de fevereiro de 2013

Quanto custa um divórcio?

A vida feliz de solteiro pode custar muito caro
Roberto Amado

Quando o assunto é divórcio a primeira palavra que pode ser associado a ele é prejuízo. Não importa a renda ou quanto o casal tenha de propriedades, se muitas ou nenhuma. É sempre prejuízo.

O primeiro prejuízo vem da nova vida de solteiro. Se o casamento é a junção de duas economias, o divórcio é a separação, e é inevitável que ambas as partes sofram uma profunda e abrupta queda de padrão de vida. Afinal, a partir de agora serão duas casas a serem mantidas, com todas as repercussões financeiras que essa situação implica.

O segundo prejuízo vem com a contratação de um advogado. Por mais que o processo de divórcio seja simplificado, é quase inevitável a ajuda de um profissional para conduzir o processo — principalmente se é um casamento com filhos.

Os casais mais equilibrados e negociadores podem, e devem, contratar um advogado só para representar ambas as partes. Mas isso só é possível se houver realmente um acordo sobre os termos desse contrato.

Não sendo possível esse acordo, é necessário cada uma das partes contratar seu próprio advogado — e os valores cobrados variam imensamente. Em geral, a taxa do profissional está diretamente relacionada com os valores e propriedades negociados. E há aqueles que até cobram uma porcentagem sobre o montante discutido entre as partes.

O acordo do divórcio envolve dois aspectos: divisão patrimonial e pensão alimentícia. A primeira diz respeito ao acordo necessário para dividir todos os tipos de propriedades que são de interesse de ambas as partes — de imóveis e carros, a quadros e móveis. Quando o casamento é de comunhão parcial dos bens — a forma mais comum — o patrimônio a ser adquirido é o que foi acumulado apenas durante o casamento. Essa divisão é um momento importante: ocorre apenas uma única vez e dificilmente pode ser revisada.

Não é o caso da pensão alimentícia, que deve ser aplicada apenas quando há filhos. Se a guarda é compartilhada, a tendência é haver uma divisão idêntica dos gastos com as crianças. Mas se a guarda é de um dos pais, o outro deverá contribuir com as despesas com os filhos. Nesse caso, há espaço para discussões infindáveis. Afinal, dependendo de quem reivindica, as despesas podem incluir desde roupas e brinquedos, até verbas para viagens de fim de semana e para conta de celulares. É importante definir bem os limites e valores. Sim, é possível fazer uma ação revisional da pensão, mas é um processo longo, que pode demorar até um ano para uma definição. E ao longo de uma vida separados, muitas outras cobranças podem ocorrer em termos de valores, incluindo as despesas extras.

Ainda está considerando o divórcio? Então prepare-se para entrar na feliz vida de solteiro ainda que definitivamente empobrecido.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Guarda compartilhada tem mais benefícios para criança após o divórcio

Psicóloga expõe os impactos negativos que a guarda unilateral pode exercer sobre os filhos
por Marianna Feiteiro

O processo de divórcio pode ser uma experiência muito traumática para os filhos. Quando feito de maneira não consensual, pode colocá-los em meio a um fogo cruzado, obrigando-os a escolher lados e mediar discussões.

A psicóloga Marisa de Abreu explica que o impacto pode se estender por muito tempo na vida da criança, que provavelmente irá sentir falta do aconchego e segurança que sentia ao ver os pais juntos e acabar criando inseguranças quanto ao próprio destino.

O que ela e muitos outros profissionais da área, incluindo juízes e advogados, defendem como a melhor opção para a criança é a guarda compartilhada, aquela em que o filho vive com um dos pais, porém nenhum dos dois detém a guarda, e todas as responsabilidades quanto à criação e educação são igualmente divididas. “A guarda compartilhada oferece à criança a sensação de que os dois pais têm o mesmo grau de importância em sua vida e de que um respeita a opinião do outro. O pai ou a mãe que não mora com a criança não é visto como ‘visita’”, define a psicóloga.

Na opinião de Marisa, o regime de guarda unilateral coloca um pai como o responsável pela “diversão do final de semana”, enquanto o outro fica apenas com as obrigações. Isso, segundo ela, faz com que um dos pais configure como o “principal” no entendimento da criança, enquanto ao outro resta um papel secundário. Ela explica que toda criança necessita sentir que é possível haver relacionamentos harmoniosos, e que esse sentimento pode ser prejudicado caso exista a figura do pai ou da mãe “fantasma” – que não participa de modo significativo na vida do filho. “É possível que o pai ou a mãe que cria a criança, mesmo que não queira, acabe demonstrando ressentimentos contra a outra parte, enquanto esta não tem oportunidade de mostrar de forma plena quem é.” Isso, no entanto, só é válido para filhos de pais divorciados. “No caso de pais falecidos ou de filhos adotados por apenas uma pessoa, a compreensão da situação faz toda a diferença”, esclarece.

A guarda compartilhada, portanto, possibilita que a criança descubra que é possível duas pessoas diferentes, com prioridades e valores distintos, se entenderem e terem um relacionamento saudável, ainda que separados. “Isso propicia o desenvolvimento da empatia na criança, tão importante para o relacionamento interpessoal”, argumenta a psicóloga.

Adiando a separação
Muitos casais evitam se separar enquanto os filhos ainda são muito novos, justamente por receio de fazê-los sofrer. Apesar de confirmar que filhos mais velhos têm maior capacidade de entender e aceitar o divórcio, Marisa afirma que a decisão é exclusivamente do casal e não deve ter os filhos como peso definitivo. “Se os pais fizerem isso, muito provavelmente expressarão essa culpa aos filhos em algum momento da vida deles. O divórcio é sempre do casal, ninguém se divorcia dos filhos. É claro que a rotina mudará, haverá dias nos quais a criança não verá um dos pais, passará férias com um de cada vez, mas é sempre possível mostrar que ainda pode ser divertido assim e que ela sempre poderá contar com os pais, mesmo que separados”, defende.

(Bolsa de Mulher Casa e Família)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

No Reino Unido, 68% dos pedidos de divórcio partem das mulheres

Apenas 4% das petições são feitas por homens
O GLOBO
O divórcio de Madonna e do diretor britânico Guy Ritchie movimentou a mídia inglesaAP

RIO — Depois das festas de fim de ano, os escritórios de advocacia do Reino Unido costumam ficar movimentados. Tanta agitação tem justificativa: o dia três de janeiro é conhecido como o “dia do divórcio”. Segundo o portal “Daily Mail”, 68% dos pedidos são feitos por mulheres e apenas 4% por homens — o restante é conjunta.

Apesar do números revelarem que as mulheres estão cada vez mais insatisfeitas com o matrimônio, muitos homens demoram para perceber que a situação não vai nada bem. Martin, por exemplo, só se deu conta de que seu casamento de 18 anos estava por um fio quando Katie, sua mulher, com quem teve dois filhos, soltou a bomba.

“Ela disse sem rodeios que não me amava mais, que não tinha mais conexão comigo”, começou Martin, que continuou. “Ela disse que estava sendo sufocada, que não conseguia explicar o porquê. Ela não tinha ideia do que ela queria — tudo o que ela sabia era que não me queria mais”.

De acordo com a reportagem do site, o divórcio geralmente é o último recurso depois de anos de infelicidade. “Não é surpreendente que Katie tenha se sentido sufocada. Eu nunca perguntei o que ela queria fazer ou como ela se sentia”, revelou Martin.

Conforme o “Daily Mail” relatou, Katie “enterrou seus sentimentos e opiniões para manter todos felizes”. No entanto, esta atitude causa problemas no futuro. “Ao desligar as emoções negativas, como raiva, você acaba desligando todos os sentimentos - mesmo os positivos, como o amor”.

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